27 maio 2011

SBT Reporter Depressão

Em abril de 2011 foi ao ar o SBT Reporter sobre a doença Depressão. Em fevereiro a equipe do programa foi em casa e gravaram meu depoimento. Me emocionei muito pois percebi que depois de todo o inferno que passei minha vida toda com a doença, já que sofro dela desde criança, ainda estou aqui, e melhor, renascida e transformada por algo que quase me matou. E sempre estou vigilante e administrando o medo de ter recaídas, mas mesmo assim estou vivendo bem, dentro da minha própria história que poderia ter tido um trágico desfecho ou continuar se desenrolando com a protagonista apenas se sentindo mal, culpada e com vergonha de ter um transtorno de humor.

Gostei muito da abordagem do SBT perante a doença, pois fizeram justamente isto: mostraram para o povo que a "frescurite, falta do que fazer, preguiça, safadeza, encosto, falta de Deus, Jesus ou Maomé no coração" é simplesmente uma doença, que tem tratamento! E eu acrescento, que cada pessoa precisa encontrar o seu, dentro da medicina integrativa, pois o que pode funcionar para um, pode não adiantar para outro e vice versa. Portanto a ordem do dia para quem tem transtorno de humor é aceitação, misturada com doses extras de muita paciência e nada de ficar querendo se encaixar nessa fôrma social, pois que isso só traz mais sofrimento. Seria o mesmo que um abacateiro querer dar cocos a todo custo, a ponto de pegar um abacate e disfarçá-lo de coco!
Digo isto porque esses dias li em um blog de um querido bipolar, um comentário de uma leitora pedindo para as pessoas se comportarem de modo "normal", porque a sociedade já nos acha loucos e assim não poderíamos dar motivos concretos para que eles realmente pensassem isso, portanto que a gente quando estivesse deprimido não escrevesse, ou seja, nos trancássemos no armário para parecer para a sociedade que somos "normais".
O que nos faz perguntar pela trilésima vez: o que é ser normal? Ter filhos porque todo mundo tem? Casar porque todo mundo casa? Fingir que não é gay ou depressivo porque a sociedade ainda não aceita muito bem, porque a sociedade é baseada em valores superficias? Como de ter que comprar e comprar e comprar, ficando a serviço das indústrias, seja da moda, da beleza, do casamento, imobiliária, etcetcetc que só tem um único interesse: usar o marketing para manipular a todos nós a fim de fazer grana muita grana, para uma minoria ter jatinhos e ilhas particulares pelos oceanos, enquanto a maioria de nós deixamos nossos valores humanos decaírem!  
Ufa ainda bem que eu não sou normal, ainda bem! Em um sociedade consumista, egoísta e superficial, ser "normal" é ser alienado e contribuinte para a decadência dos valores e da supervalorização da superficialidade. Ainda bem que sou bem biruta, uma biruta muito lúcida!

4 comentários:

Lado Obscuro disse...

Eu assisti & assisto até hoje,tenho salvo no meu computador até...Fico feliz por ti neném ver que você superou isso tudo,fico feliz por você e principalmente por ter conhecido você.Parabéns por essa superação e ser essa mulher de força que você é...Besos ♥ e fique bem,se cuide.

Ana Maria Saad disse...

q bom boneca!
valeu!!!!
fico feliz q isso t ajude a ver q da pra melhorar!!!! e que qdo aceitamos nossas diferenças a coisa flui!!!
e isso m faz um bem enorme: essa troca!!!!
conte sempre comigo!
bjoka

Giu disse...

O programa foi muito bom. Principalmente o seu depoimento. Estou tentando começar a tratar agora. mas isso me perceque desde os 09 anos. Mas já vejo uma luz...
Foi estimulante e esclarecedor.
abraços.
seguindo seu blog. ♥

Anônimo disse...

Assisti seu depoimento no SBT reporter, e realmente, não consigo imaginar como vc teve forças para aguentar todo esse tempo! Eu estou tentando ser forte, mas isso realmente não é nada facil, na verdade acho quase impossivel, estou desesperada!Estou buscando ajuda, mas parece que ninguém entende!