20 maio 2010

Preciosa

Bom, estava encerrando a bloguice por hoje, porque a sinhá já tá no meu pé pra eu saí da senzala e voltar ao trabalho, mas a minha cabeçola insiste que eu escreva sobre isso:
Assisti ao filme Preciosa que foi ganhador de Oscar e é excelente. O que me chamou a atenção no filme foi que a menina que sofria abuso sexual pelo pai e violencia emocional e física por parte da mãe, se refugiava na fantasia. Algo que eu sempre fiz durante a minha vida quase toda, parei com isto depois dos 23 anos e substituí por outras práticas, até substituí-las por outras, enfim...
O que a personagem Preciosa faz é se imaginar como uma diva, uma celebridade. As vezes o que eu fazia para aliviar a realidade hostil era me imaginar como sendo algumas das celebridades do momento ou alguem bem sucedido. Interessante que as escolas, que tanto deveriam servir para educar, ao contrário reforçavam a minha baixo auto-estima com as suas lições: "passe em uma boa posição no vestibular, seja alguem de sucesso, seja rico, seja competente...". E tais insituições, que deveriam servir para aprimorar aquele pequeno ser humano, sempre colocava o outro como sendo melhor: "a história de fulano é incrível, cicrana é linda e modelo, beltrano é um gênio, geltrano genial!" E eu que já tinha depressão, e me sentia um ET com a auto-estima anã de jardim, tinha a confirmação vinda de meus professores do estabelecimento de ensino: não havia razão para eu existir!
Se na época da infância e adolescência tive uns 50 professores, lembro-me apenas de uns 3 que foram adultos de verdade e tentaram me ensinar que sou digna de respeito e amor, mesmo quando erro, mesmo com meus defeitos, mesmo não fazendo questão de vestibular, mesmo sendo de outro planeta! "Viva a diferença!".


Um comentário:

Anônimo disse...

Nossa, preciso ver esse filme. Tudo que vc falou é de mim. Tbém larguei a fantasia depois de bem velha, também tinha auto estima do tamanho de formiga, tbém nunca quis fazer o q todo mundo faz. Tbém fui celebridade nos sonhos que tinha acordada, rsrs, e tenho uma cicatriz na testa quando caí num dia em que brincava de atriz... famosa, claro! Poque na nossa fama ilusória, a gente encontrava o "amor" que faltava na vida real. Hoje a gente sabe que nada disso é amor, de fato. Hoje a gente parou de sonhar e cresceu... acho.

Vc anda tão profunda. Estou amando suas escritas.

Bjs