08 abril 2010

AS MATÉRIAS EXISTEM, MAS AINDA É PRECISO DISSEMINAR INFORMAÇÃO

O mal invisível,  Matéria da Revista Galileu
Por Camila Artoni,

"Ignorada por médicos e pacientes, a depressão já atinge uma a cada dez pessoas no mundo"

Imagine uma doença tão disseminada que afeta 340 milhões de pessoas em todo o mundo. Imagine que o distúrbio é tão desabilitante que reduz a produtividade profissional dos pacientes em 10% ao longo da vida (só nos Estados Unidos, estima-se que seus custos sociais estejam próximos de US$ 85 bilhões ao ano). Imagine que esse problema traz graus tão perturbadores de autodepreciação, apatia, isolamento social, distúrbios de sono e sentimentos de culpa que leva anualmente a 800 mil casos de suicídio. Agora imagine que, para a maioria dos portadores dessa patologia, o sofrimento não sai dessa esfera - a imaginação. Ninguém vê. Nem mesmo os médicos.
Apesar disso, o número de pessoas sofrendo de depressão dobrou nos últimos 50 anos, deixando cientistas preocupados e se perguntando por quê. O curioso é que nossas vidas, nesse período, melhoraram drasticamente. Hoje, comemos melhor, trabalhamos menos horas diárias, gozamos de mais saúde, tiramos férias mais longas e temos um poder de compra incomparavelmente maior. Ainda assim, a previsão é de que, em algum momento, um a cada cinco de nós venha a ter depressão.
Com tantos avanços, como se explica o aumento? Um dos palpites é que essas melhorias acabaram por afetar drasticamente o nosso modo de vida. A existência de facilidades que satisfazem todas as nossas necessidades, por exemplo, nos afastou do sol. A luz solar, sabe-se, estimula a produção de serotonina, o combustível do prazer no corpo humano. Jovens e idosos, nos pólos ou nos trópicos, tornaram-se sedentários, passando a ficar a maior parte do tempo em locais fechados. Outra explicação é a ausência de tratamento adequado. Com a expectativa de vida cada vez maior, pacientes de depressão estão também sujeitos a um maior número de recidivas. A falta de atenção só deixa o fantasma do problema cada vez maior.
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Os sintomas mais comuns
1. Sentir tristeza ou paralisação
2. Chorar facilmente ou sem motivo
3. Perder o interesse/prazer pelas coisas
4. Sentir-se culpado, sem saída ou sem valor
5. Pensar em morte/suicídio
6. Dormir demais ou não conseguir dormir
7. Perder apetite e peso ou comer demais e engordar
8. Sentir-se cansado e lento ou inquieto e irritável
9. Achar difícil se concentrar e tomar decisões
10. Ter dores que não melhoram com tratamento"

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