07 outubro 2008

DEPRESSÃO, EUUU???

Quantas vezes meus lábios sorriram obrigados a mostrar algo que não condizia com minha alma, quantas vezes os olhos disfarçadamente buscaram o tecido seco da roupa para apagar o vestígio de qualquer lágrima que fosse, quantas vezes sufoquei minha consciêcia evitando que sua verdade não me revelasse suas feridas ensanguentadas, cobrindo-as com belas toalhas floridas. Incontáveis vezes...
Sempre foi muito difícil eu contar a minha história para mim, ela nua crua sem adornos: a depressão, os tratamentos em vão, as tentativas de suicídio e o pensamento constante nele, a angústia companheira de todas a horas, a tristeza, a incompreesão da família, a solidão, a rejeição, o abandono, a alegria infantil sem motivo, a gargalhada gostosamente tola pelo simples fato de existir. Demorei anos para me aceitar, gostava mais da tal vida idealizada do que a vida vivida, e na minha vida de fantasia depressão não existia, quanto mais suicídio. Não falava no assunto, quando ouvia alguém comentar a respeito fingia que nada sabia, era contra mim, minhas experiência e convicções nada signifcavam. Vivia sem passado, um passado todo distorcido era o que havia montado, não queria sofrer por algo tão distante no tempo e foi quando descobri que já sofria por tentar enganar a quem mais deveria sinceridade: eu mesma.

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